quinta-feira, 16 de julho de 2015

A dinâmica da indicação ao Nobel




Temos recebido perguntas e questionamentos sobre o processo de indicação ao Prêmio Nobel da Paz. O processo é longo e lento. É como subir uma grande montanha [1]. Não existe isso de "indicar na quinta e ganhar no sábado". 

As organizações internacionais baseadas na Europa costumam ter um tempo longo de maturação de pleitos e projetos, geralmente na casa de 5 a 7 anos. As vezes mais do que isso. Nesse contexto, notícias de 2013 ou 2012 não são "velhas". Pelo contrário, são atuais. Fazem parte do contexto que está sendo analisado pelo Comitê Nobel.

O roteiro de uma indicação vencedora ao Nobel costuma ser o seguinte: 1) Preparação da candidatura, sondagens, coleta de argumentos, estruturação do enredo e da indicação; 2) Coleta de apoios internacionais para robustecer a apresentação da candidatura; 3) Atuação de especialistas internacionais; 4) Aproximações e sondagens junto ao Comitê e Assessores [2]; 5) Premiações preparatórias; 6) Legitimação da candidatura na mídia internacional.  

A escalada é similar à utilizada para sediar a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos.

Quem quer que esteja participando das movimentações, está fazendo as coisas corretamente, seja para 2015, 2016 ou 2017. Houve uma boa preparação do caminho. As pessoas no Comitê Nobel chamam Lula pela alcunha ("Lula"), sem formalidades. Essa movimentação não pode ser subestimada. Menosprezar a biografia de Lula é um erro que não pode ser cometido. O projeto de hegemonia - que está vigente no Brasil - não pode ser subestimado. Tem muita gente inteligente trabalhando nisso.

[1] De vez em quando subimos algumas montanhas:




[2] Importante mencionar, o Comitê Nobel da Paz tem 5 pessoas, mas existe um corpo de especialistas trabalhando sob o Comitê, e essas pessoas - geralmente professores de universidades da Noruega - são as responsáveis pelas diligências e pela organização das informações sobre as candidaturas.